Entendo as transformações físicas como se fossem intervalos. Como teria sido bom se eu tivesse essa visão no período em que eu chamo hoje de intervalo maior. Dos 20 aos 50/60 anos.
No primeiro período o menino quer ser homem logo, a menina quer ser moça e esse intervalo “voa”, meses fazem diferença, as crianças crescem como abobrinhas nos quintais, na calada da noite! Ontem vc olhou era flor da abóbora, dois ou três dias após, já está lá o legume com sua casca brilhante, se vc descuidar, num pequeno espaço de dias você pode já encontrar a abóbora madura!
Assim eu vejo o corpo e a vida. Acelerada em seus extremos, transformações rápidas, mudanças ocorrem num piscar de olhos. Infância e velhice são como as abobrinhas nos quintais, sem que você perceba, as mudanças físicas ocorreram e sua menina virou moça ou sua mãe envelheceu! E você? Está lá, no intervalo maior, na inocência, vivendo seu dia a dia esquecida do intervalo menor deixado para trás e achando que o próximo está tão remoto que nem cogita sobre ele. Pois então, assim eu me olho e sinto. Chegada no último intervalo, sem que houvesse percebido. Agora é ver o sabor ou utilidade que há numa abóbora madura! 🤔