Criado como filho!
Hoje, Sexta-Feira Santa, participei da Via-Sacra. E entre todas as Estações, aquela em que Maria coloca o corpo do seu filho Jesus no colo me chamou atenção.
A mãe de Jesus estava ali durante todo momento.
Aí me distraí e lembrei de uma postagem de uma amiga que li essa semana. Ela disse que quem tem mãe não passa fome, nem frio, não se molha e não tem sede. Essa amiga perdeu a mãe novinha, aos 13 ou 14 anos. E eu lembrei quão solitária e complicada foi a trajetória dela sem a mãe.
Depois fui até minha infância e lembrei das sextas-feiras santas que passávamos em família. O dia era longo, triste, ninguém cozinhava, comíamos chipa e sopa paraguaia preparadas de véspera. Não se varria a casa e, se não estou enganada, era o único dia do ano em que víamos a nossa avó com os cabelos soltos.
Nesse dia, nós as crianças, não podíamos brincar, correr, gritar ou externar qualquer sinal de alegria.
Mas, é claro que fazíamos tudo isso na maior discrição e diversão. Até que alguém nos pegava… e… sempre a culpa era de um primo, aquele que não teve mãe. Desculpe, ele teve sim, afinal todos nós temos mãe.
Mas a história que nos foi contada é que a mãe dele deixou ele para o pai criar, meu tio. E ali na casa da minha avó, ele foi criado com todo amor pela minha avó, minhas tias que eram moças e solteiras e o pai dele estava por ali, mas não encampou a educação dele.
Eu sei que esse primo era criado como se fosse filho, mas nunca, jamais criado como um filho. Pois a cada arte que aprontava, ia pra casa de uma tia ou voltava pra casa da avó.
E assim ele foi crescendo, sendo amado pela minha avó e criado como se fosse filho por algumas tias, até na nossa casa ele passou uma temporada.
Era um verdadeiro avulso. Sua vida não foi fácil, envolveu-se com drogas e foi morto em razão delas.
Eu sei que lembrei de tudo isso lá na via-sacra e chorei. Chorei pelo que a mãe de Jesus passou, pela minha amiga que amargou a ausência de uma mãe, por meu primo que não soube o que significava uma mãe, por meus filhos, porque nem sempre sou uma boa mãe. Suspirei de saudades desse dia vivido em família e enfim retornei ao presente e agradeci a Deus e à Maria porque minha mãe sempre esteve do meu lado, em todos os momentos da minha vida, fossem de angústia ou de alegria. Minha mãe é minha segurança e a pessoa que me acolhe em todo e qualquer momento, sempre. É uma dádiva ter uma mãe!
Obrigada Mãe, porque está comigo em todo momento!!!
Texto de minha filha Rossana!Reflexões profundas em um dia carregado de significados: a Sexta-Feira da Paixão. Por tudo, obrigada, Saninho!🙏
Eu agradeço a declaração da minha filha. E reforço a máxima”damos o que recebemos”! Eu sou oriunda de uma família, cuja maior riqueza era o amor familiar. Pai e Mãe davam o exemplo e nós aprendemos que o maior valor que um ser humano pode receber e dar é o amor!
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