Neste espaço colocarei textos autorais, matérias, artigos de profissionais que tratam do tema da aposentadoria no contexto de sentimentos, dúvidas, percepções e bem viver.
Vou compartilhar os meus anos de preparação para a aposentadoria, uma vez que esta se deu em longa etapa, pois a de direito se deu em 2011 e a de fato agora em 2017.
Talvez a sua história de vida tenha alguma coisa em comum com as minhas e lhe possa ser útil!
QUALIDADE DE VIDA
E se a medicina evoluiu, se as condições de saneamento diminuiu as doenças, se a vida moderna nos deu mais anos de vida temos que aproveitar nos tornando idosos felizes e saudáveis! Só temos a ganhar com isso!
OBSERVAÇÕES GERAIS PRÉ APOSENTADORIA
Finais de semana.
Parece que os finais de semana voam, não parece? Embora eu não tenha uma agenda cheia de baladas nem festas, (por opção, não por falta de opção, rsrsrsrs ) ainda assim vejo que sobrou coisas que eu gostaria de ter feito e o final de semana já acabou.
Isso vai mudar em breve, e é um dos meus questionamentos a respeito da aposentadoria: como será que a gente organiza os dias? Tipo: dia de ir ao salão, de fazer supermercado, de visitar a mãe, dia disso ou daquilo. Ou será que o melhor é deixar a vida nos levar e fazer o que der vontade e na hora que der essa vontade? Não sei, já sou quase anti-social e tenho receio de virar uma ermitã. Help! Estou confusa!
Des-preparar
Sim, essa é a expressão que foi utilizada num seminário. Que a empresa , assim como preparou o funcionário, tem a obrigação também de desprepará-lo, com pelo menos um ano de antecedência da data prevista para a sua aposentadoria.
Participei de um seminário sobre aposentados e aposentandos, realizado pelo Sindate em parceria com setores responsáveis pelos recursos humanos da Secretaria onde trabalhava, cujo objetivo foi chamar a atenção para diversas questões, tipo finanças, saúde, qualidade de vida, e outros, que teriam de ser bem avaliadas por aqueles que estivessem pensando em aposentar se. Foi nessa ocasião, que ao ouvir o depoimento emocionado de um colega, sobre o que veio a se tornar a tão sonhada aposentadoria, (no caso dele acabou se transformando em “Síndrome do Pânico”) que passei a refletir sobre o assunto.
Vou anexar aqui um texto que achei bem interessante ao abordar a questão de “des-preparar” o funcionário. Infelizmente o serviço público, por sua natureza política, tem gestões descontinuadas e com isso acredito que esse tipo de abordagem não se aplicaria, apesar do curso a que me referi. Caros colegas, espero que ao me ajudar, eu esteja também ajudando a outros, com este tema!
Decisão sem Convicção.
Em 2011 após ficar os primeiros 4 meses num compasso de indecisão e confusão sobre o que seria melhor naquele momento completei toda a minha grade salarial, ou melhor, o plano de cargos e carreiras da minha categoria funcional e pedi a minha aposentadoria, e esta se deu em 20 de abril de 2011.
Como já estava afastada, não tive uma despedida e foi melhor assim. Comuniquei aos meus colegas e a toda a rede de pessoas com quem me relacionava através do nosso serviço de mensagens e tive a grata surpresa de receber inúmeros votos e congratulações!
Me fez bem e mal ao mesmo tempo, mas o que tinha que ser feito já estava feito.
Nessa condição, neste ano de 2011, já curti uma das benesses de ser aposentada que é não me preocupar com o recesso de Natal ou Ano Novo, nem ter pressa de voltar da viagem de final de ano.
Confesso que me senti privilegiada por isso! Aos poucos estou me tornando uma verdadeira “folgada”…rsrsrs.
Vamos ver quê mais vou descobrir com o passar do tempo.
Posso dizer, que no momento, estou bem, muito bem, obrigada!
Adequação
Uma das primeiras providencias que precisei tomar no dia em que não ia mais ao trabalho foi organizar uma ilha doméstica onde coloquei minhas agendas, bandeja para contas, telefone, computador, impressora, etc…Minha preocupação era em não perder prazos de pagamento das contas, consultas médicas, afazeres que sempre fiz em meu local de trabalho, nos quinze minutos iniciais ou finais do dia. Ligar para banco, cadastrar endereço residencial, validar senha de computador me ocupou e confesso que me enervou também!
Tudo arrumado, agora vamos ver o que tenho para fazer…surpresa! Meu guarda-roupa só tem roupas formais, calças sociais, camisas, conjuntos! Praticamente não tenho roupas informais, pois se até o mercado se faz ao sair do trabalho! Não pretendo me transformar numa mulher desleixada, que sai para a rua com a roupa com que dorme ou fica em casa. Sendo assim, vamos ver o que pode ser cortado, modificado, reformado…oba, tenho algo a fazer: vou procurar uma costureira.
Bom, e quanto à casa em si? Ela não é “minha”! Ela é da minha empregada, pois saía de casa as 7:00 hs e voltava às 17hs e nesse espaço de horas era ela a “dona” da casa.
Nos olhamos, receosas uma com a outra, pisando em ovos e a única coisa que me ocorreu foi delimitar os meus espaços. Se me levanto e vou para a sala de estar, ela deve entrar e limpar meu quarto e banheiro; se eu não me levantar, ela já sabe que deve limpar a sala e o que mais estiver fora do meu quarto.
No seminário que fiz um colega chegou a comentar que certamente a empregada pensava: “Que diabos esse velho faz de pijama e chinelo sentado na sala às nove da manhã e atrapalhando meu serviço?” Em razão de tudo isso é que precisamos estar atentos e nos adequarmos, para que nossa casa , onde vamos ficar a maior parte do tempo não se torne um lugar de disputas ou contendas. Acreditem em mim, isso é muito real!
Surpresa!
Uma novidade na condição de aposentada! Foi uma boa surpresa, mais ainda por constatar que em nenhum material que li ou palestra que assisti esse assunto foi discutido. Estou economizando! É isso mesmo, constatei que estou gastando menos ao fazer minha planilha mensal de gastos, e o principal item é o combustível. Caramba, isso é muito bom, e vou prestar atenção em quais outros itens minha despesa mensal diminuiu, mas tenho a impressão que, de maneira geral, o fato de eu estar em casa e ajudar a gerenciar as tarefas domésticas, o cardápio e a manutenção da casa em geral vão acabar gerando outras economias.
Claro que sem “neuras”, afinal esse é um lado positivo da aposentadoria, mas não é o foco, ainda mais por eu ter outros projetos de vida ainda a desenvolver!
Novidades
Outra novidade para mim foi participar de uma excursão, daquelas bem típicas de quem está de bem com a vida com tempo e disposição para se juntar em grupos e sair numa viagem de excursão. Hahaha, para quem achava que NUNCA faria parte desse grupo de “idosos” e torcia o nariz para a tal “melhor idade”, eu digo: fui, gostei e vou de novo, com certeza!
Muito bom!
Recomeço
Estou de novo trabalhando! E confesso que fiquei muito feliz e surpresa, como tudo aconteceu! Aqui mesmo, neste blog, quando conto do meu 2º tempo de serviço faço um comentário de que saí do meu primeiro emprego por algum motivo que nem valia mais a pena relembrar e que “ao cair, eu caí para cima”, pois então: foi o que aconteceu de novo, agora. Quando menos esperei, recebi um convite honroso, de pessoas capacitadas e que sempre admirei e respeitei, para trabalhar num órgão de destaque do Estado e fazendo aquilo que eu mais gosto de fazer: trabalhar com a contabilidade pública. De tudo, o que mais me gratifica é de quanto sou abençoada com as graças de Deus! Voltei a trabalhar, salário bom, prestigiada e meio período. Mais uma vez vejo o quanto sou abençoada! Obrigada Senhor, que sempre escreve certo pelas linhas incertas da minha vida!
Tempo
O tempo é um amigo muito sábio ! O tempo cura, acalma, transforma, recupera.
E tudo passa a ser relativo, tem outra dimensão.
Vou aos fatos: Em agosto de 2010 tive consciência de que meu período de trabalho estava se completando e logo eu me aposentaria. Levei um susto: “O que vou fazer depois”?
Passei a ler sobre isso, criei um blog quando vi que estava tendo muitas descobertas, muitas dúvidas e que provavelmente esse não era um assunto pacífico para muitas pessoas, e talvez como eu, se enxergavam mais como trabalhadoras do que em outro papel. Esse era o contexto ao final do ano de 2010. Ao iniciar o ano de 2011 houveram mudanças no setor e me vi impelida a apressar minha saída de cena. Não tinha mais como continuar, sem que eu estivesse me desrespeitando profissionalmente.
Sendo assim, apesar de ainda não ter amadurecido minha decisão pedi minha aposentadoria.
Em abril de 2011 meu pedido foi publicado no Diário Oficial e saiu minha aposentadoria, cujo ato legal estava em descompasso com o eu real, interior. Mas, como em tudo nessa vida, Deus estava no comando e logo precisei cuidar da minha mãe nos seus últimos meses de vida e em seguida fui ficar com meu filho e netos que também precisaram de mim.
Terminado o ano de 2011, começo de 2012 fui chamada para trabalhar em outro setor, com outras pessoas e num novo modelo de gestão ao qual eu não estava acostumada.
Aceitei e foi muito, muito produtivo. Eu que antes tinha o comando, agora era comandada, que opinava, agora tinha que me calar, que agia, agora tinha que ver e aguardar ordens. Tive ímpetos, dores de cabeça, (de verdade) e aos poucos me moldei ao meu novo papel.
Adoro me abstrair quando as coisas não dependem de mim para que sejam solucionadas. Me utilizei muito desse recurso, aprendi a ter humildade, e reaprendi o valor da hierarquia, agora sob outra ótica.
E lá se vão quatro anos !
E o tempo, esse amigo querido fez com que eu me completasse . Estamos eu e o tempo no mesmo compasso.
Adoro ficar à toa pela manhã, ver Netflix, jogar Candy Crush, mexer com minhas plantas, ir a academia, tomar café com minhas filhas , visitar minha amiga Preta, falar ao telefone com minha sobrinha amiga, chamar a manicure para me atender em casa, sair para trabalhar a tarde, e tantos outros pequenos prazeres, que me fazem ter a certeza de que estou pronta.
Pronta para ser quem sou, sem neuras, sem pressas e ao Meu Tempo!
Nada e definitivo, só a morte.
Planos
Como já disse estou trabalhando meio período desde janeiro de 2012 num outro órgão do Estado.
Estou vivendo o dia a dia. Não sei se vou trabalhar por mais um ou dez anos, por exemplo e não pretendo incorporar meu novo salário àquele de aposentada, de tal modo que me sinto leve, livre e solta nessa nova etapa da minha vida laboral.
Este espaço é meu “travesseiro” virtual e a ele recorro quando sinto necessidade de me analisar, me consolar ou “verbalizar” comigo mesma.
Pode ser que as pessoas não me compreendam, como também pode ser que elas vejam uma ponta de exagero nessa necessidade que sinto em escrever aqui as dúvidas, alegrias, tristezas e questionamentos que a condição de aposentada me trouxe. Mas constato que na realidade, tudo isso tem a ver com a entrada na adolescência da terceira idade, a que estou chegando.
E, como na adolescência, tudo é INTENSO, VISCERAL e DRAMÁTICO! Foi assim aos meus doze, treze anos, uma época de perguntas sem respostas, choros sem motivos, alegrias inesperadas e todos os sintomas típicos de quem está deixando a infância para entrar na idade adulta. Agora também é assim, mas, graças a Deus a maturidade nos traz paciência e principalmente a fé, sem a qual não seria possível ter uma “terceira idade” sensata e serena, que é onde pretendo chegar!
Junho de 2020
De vez em quando volto onde tudo começou. Aqui nesse blog, criado em agosto de 2010 para que eu vivenciasse o que se aproximava de mim: minha aposentadoria. Devo dizer que este trabalho me deu total condição de saber que o melhor para todos, era que eu assumisse que era hora de parar!
Teste. Quero interagir com os amigos que aqui vierem!
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